Grupo ELA lança cerveja em Goiânia e lucro será revertido a entidades de apoio à mulher vítima de violência
A cerveja ELA está sendo lançada em vários estados do Brasil. O lançamento é o marco de uma mobilização que começou em maio envolvendo mulheres que atuam no mercado cervejeiro e querem chamar a atenção para o machismo no setor.
A cidade de Goiânia será o palco para o lançamento da ELA (Empoderar, Libertar, Agir) no Centro-Oeste, rótulo produzido pelo coletivo feminista. O lançamento acontece no dia 03 de setembro, no Quiosque da Colombina (Alameda Ricardo Paranhos, Quadra 249 Lote 14 número 1136, Setor Marista), a partir das 11h e é aberto ao público.
O estilo escolhido foi o American Barley Wine, de amargor mais acentuado que a sua versão de origem, inglesa, para fugir totalmente do estereótipo de que mulher gosta apenas de cerveja leve e doce. Com 10% de graduação alcoólica, leva maltes tostados e lúpulos americanos de aroma e amargor.
O lucro obtido com a comercialização da cerveja será doado a entidades que acolhem mulheres vítimas de violência. Em sua página no Facebook, o ELA está recebendo inscrições de instituições que queiram participar da seleção para receber a doação.
O lançamento ainda contará com brassagem comandada por Tati Rotolo, professora do IFB, harmonização com Marta Ibañez, da ACervA Candanga, e discotecagem com Carol Tinoco.
Sobre o ELA
Cansadas de ouvir termos como “cerveja para mulher”, “quero falar com o cervejeiro responsável”, “mulher não deve ir ao bar sozinha” criaram o ELA um coletivo para enaltecer o trabalho da mulher no meio e denunciar ações machistas por parte da indústria cervejeira e da sociedade em geral.
Elas são mestres cervejeiras, sommelières, professoras, juízas de concursos, apreciadoras, empresárias e especialistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo. Motivadas pela forma negativa como a mulher é retratada na indústria, querem que a relação cerveja e mulher comece a ser vista de outra forma e para isso, no lançamento do projeto divulgaram um manifesto onde pontuam todas as questões trabalhadas pelo coletivo.
A mobilização iniciou em maio, logo após a divulgação de um novo rótulo de cerveja que explorava negativamente a imagem de uma mulher. “Essa história de peito e bunda na cerveja já deu, né? Estamos no mundo da cerveja tanto quanto eles, trabalhamos tanto quanto eles e precisamos de respeito”, explica a gerente comercial e de marketing da Cervejaria Dádiva e uma das idealizadoras do projeto, a sommelière Aline Smaniotto Tiene.
Para celebrar o coletivo, elas resolveram produzir um rótulo exclusivo. Juntas, definiram estilo, elaboraram a receita, nome, identidade visual e foram para a fábrica. A Cervejaria Dádiva, de Várzea Paulista (SP) cedeu o espaço e os equipamentos, mas foram elas que fizeram todo o trabalho. “Fizemos o CIP (desinfecção) no tanque, moemos e arriamos o malte, enfim produzimos a cerveja com as nossas mãos e temos muito orgulho disso”, afirma Aline.
Para acompanhar as novidades, conhecer mais sobre o projeto e suas participantes é só seguir o coletivo nas redes sociais através do @cervejaporelas.
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